Eclipse Solar Parcial de 15/02/2018

Lua Nova em Aquário

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15/02/2018, 20:51 (considera-se a hora do ponto máximo do eclipse, sendo que a conjunção Sol-Lua exata ocorre às 21:05), Lisboa. Fonte: Solar Fire

A lua nova é o momento em que a Lua recebe do Sol uma semente do espírito criativo e a transmite à Terra, proporcionando o desenvolvimento de um novo ciclo. Num eclipse solar, o Sol é total ou parcialmente ocultado pela Lua, o que acentua o apelo de revisão do passado e o contacto com o subconsciente, para que a pessoa ou entidade largue o que já não serve o seu processo de desenvolvimento e visualize novos objetivos.

Segundo Alexander Ruperti (em Ciclos de Evolução – Modelos Planetários de Desenvolvimento), num eclipse solar de nó sul, a Lua, estando próxima deste nó, é o elemento passivo e o Sol é o elemento ativo. A Lua encontra-se, assim, recetiva ao Sol, sendo estimulada a libertar aquilo que foi assimilado e estruturado no passado, particularmente em termos de emoções e sentimentos pessoais. A intensificação da vontade solar instiga o ego e os sentimentos, promovendo a ação no sentido do propósito individual.

Influência do eclipse ao nível coletivo, em termos gerais e especificamente para Portugal:

Este eclipse solar pertence à série de Saros 150, cujo primeiro eclipse ocorreu a 24 de agosto de 1729, a 1° de Virgem, conferindo uma tónica de análise e aperfeiçoamento à série de eclipses. No mapa do eclipse para Portugal, o ASC encontra-se no final de Virgem, propondo uma combinação entre o aperfeiçoamento individual e o equilíbrio relacional.

Este é o primeiro eclipse em Aquário, no âmbito da atual sequência de eclipses no eixo Leão-Aquário, e ocorre no ponto oposto ao eclipse solar de 21/08/2017, apresentando-se como contraparte deste.

Assim, em termos gerais, enquanto o eclipse de agosto passado colocou questões relativas à autoconsciência e afirmação da identidade individual, o presente eclipse enfatiza os temas da consciência grupal e da contribuição individual para o coletivo.

O mapa do eclipse corresponde ao modelo planetário hemisférico, com o nó lunar norte, em Leão, isolado na metade vazia do tema, tal como no mapa do anterior eclipse solar desta série, a 05/02/2000 – o que nos faz olhar para trás e rever o que ocorreu há 18 anos.

Com exceção de Úrano em Carneiro, todos os planetas se encontram em signos “sociais”, lembrando que, para que o processo de individuação seja concluído e o potencial criativo individual se torne num valor para o grupo (integração do eixo nodal Leão-Aquário), é necessário que o indivíduo integre em si a dimensão social (i.e. se relacione e transforme na interação com os outros, desenvolva valores sociais e formas de contribuição para o coletivo, etc.). Tal é fundamental para que o bem comum guie a capacidade do indivíduo/entidade ser um agente transformador da sociedade (simbolizada por Úrano em Carneiro em sextil ao eclipse) e o brilho do ser individualizado seja uma dádiva para os demais (nó lunar norte em Leão como indicador do sentido do propósito evolutivo do eclipse).

O eclipse ocorre em conjunção próxima a Mercúrio, pelo que, o enfoque nos temas referidos deve ser visto, nomeadamente, no âmbito da comunicação, da expressão e do intercâmbio de ideias.

Júpiter em quadratura ao eclipse e a Mercúrio lembra a necessidade de rever valores e crenças sociais (já presente na posição de Júpiter em Escorpião) e a forma como se comunicam os mesmos, para que exprimam maior autenticidade e respeito por todos. Se atendermos a que Júpiter é o regente esotérico de Aquário, a proposta é, não só de uma expressão autêntica e equilibrada, mas também inteligente e amorosa (Júpiter veicula o 2.º raio de energia cósmica, o raio de Amor-Sabedoria). Marte, em Sagitário, em quintil ao eclipse e trígono ao nó lunar norte, oferece uma oportunidade de expressão do potencial criativo individual, aliando a comunicação à ação, em prol dos ideais sociais revistos.

Tal como no eclipse lunar precedente, não existem estrelas fixas de grande relevo em conjunção a este eclipse solar. No entanto, não é de ignorar o simbolismo da estrela conjunta ao eclipse, Gienah Cygni (também designada por Aljanah, uma estrela na asa direita do Cisne, que se projeta atualmente a 27°59’ de Aquário), pois, a constelação do Cisne é esotericamente associada à energia de Aquário, como representante das águas purificadoras derramadas pelo Aguadeiro. Esta sincronia reforça o propósito de expressão amorosa do potencial individual, como serviço ao coletivo.

Em Portugal o eclipse não é visível, mas o facto do ASC do mapa do eclipse para Lisboa se encontrar no signo de Virgem, refletindo a tónica inerente à série de eclipses acima referida, e do regente do ASC e do MC – Mercúrio – estar conjunto ao eclipse, sugere uma mensagem importante para o país.

O eclipse entre as Casas 5 e 6 (dependendo do sistema de casas utilizado) coloca o foco nas questões de expressão de identidade e situação das classes trabalhadoras (sendo que a segunda área já se encontra enfatizada no mapa do solstício de inverno de 2017). O trígono do eclipse ao MC oferece uma oportunidade para os governantes assumirem um papel relevante nestes temas, através da revisão da forma de adaptação às situações e da política de comunicação e interação, no sentido destas serem mais responsáveis e coerentes (Saturno dignificado, corregendo o eclipse e Mercúrio) e integrarem uma maior sensibilidade aos outros (MC na transição de Gémeos para Caranguejo).

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Mapa do eclipse solar projetado no Mapa da Implantação da República (05/10/1910, 8:30, Lisboa).

Na projeção do eclipse no mapa da Implantação da República, o eixo enfatizado é o 4-10 (tal como nos eclipses de 2017), requerendo uma reaproximação entre os valores humanitários nas raízes da nação e a entidade que é projetada exteriormente pelos seus representantes políticos, sendo que a conjunção do eclipse a Quíron (na Casa 4 do mapa da República) toca, uma vez mais, na ferida da alma da nação, apelando à sua cura.

O eclipse encontra-se em trígono exato à posição de Plutão no mapa da República e o MC do mapa do eclipse faz conjunção ao mesmo, propondo inclusive uma transformação das relações de índole financeira com terceiros (Plutão em Gémeos, na Casa 8).

O eclipse e Mercúrio fazem ainda um quincôncio à conjunção Vénus-Marte, na Casa 11 do mapa da República, enquanto o ASC do eclipse se encontra conjunto à mesma – a capacidade artística e inventiva tende a representar fortemente a imagem do país (ASC do eclipse conjunto a Vénus-Mercúrio), com a realização do Festival Eurovisão da Canção em Lisboa como exemplo da expressão da imagem artística do país, no âmbito da influência deste eclipse; ao mesmo tempo que é requerida uma análise crítica às mais diversas instituições (públicas ou privadas) que integram a sociedade portuguesa, com vista a melhorar o zelo e a eficiência das mesmas (eclipse em quincôncio à Casa 11 em Virgem).

Influência do eclipse ao nível individual:

Ao nível pessoal, um eclipse solar enfatiza os temas da casa natal onde é projetado e dos planetas/pontos natais com que eventualmente faça aspeto. Apela à focalização da atenção nessa área de vida, ao aprofundamento e resolução das questões pendentes que lhe estão associadas e ao início de um novo ciclo na forma de agir, pensar e sentir nesse âmbito.

Assim, o que foi referido sob os efeitos gerais do eclipse solar aplica-se, em termos pessoais, aos assuntos da área de vida realçada pelo eclipse.

A proposta genérica apresentada por este eclipse solar em Aquário é para o indivíduo, com referência aos assuntos enfatizados, rever como se relaciona com os grupos e a sociedade em geral, como comunica e troca ideias no âmbito das suas relações sociais, com vista a iniciar um novo ciclo nessa área de vida, melhorando a forma como contribui com o seu potencial criativo individual para o bem coletivo.

(Para ler mais sobre a análise de um eclipse num tema natal, veja o artigo “Eclipses – Notas Gerais”.)

Vd. Calendário de Efemérides 2018